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segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Educação e Independência



            Por meio dos serviços de informação prestados por diversos setores de segurança os governos estavam conscientes das manifestações a serem realizadas no dia 07/09/2013. Tanto no âmbito federal, estadual e municipal elas simbolizavam uma preocupação inconteste. Não é por acaso, que o prefeito da metrópole do Oeste no dia da independência se retira para a Argentina. Eis uma boa maneira de ser independente.
            O fato é que a história da sociedade brasileira se estruturou em uma atmosfera de pouca participação no espaço da política. Os papéis demarcados entre quem delega poder por meio do voto e os que gozam do privilégio de serem eleitos nem sempre ocorre em benefício da população. A política na atualidade encontra-se distante do seu dever ser: arte de administrar a coisa pública em benefício de todos. Os eleitores parecem simples objetos usados a cada campanha eleitoral para fins escusos. Obviamente, caso nada seja feito, os politiqueiros de plantão continuarão a fazer do dinheiro público a alegria da causa própria.
            Inequivocamente vivemos um paradoxo diante do avanço tecnológico e dos recursos que podem favorecer a independência. Na sociedade atual é intolerável á falta de transparência com o dinheiro do contribuinte, as contas adulteradas. Os escândalos de corrupção fragilizam o sonho democrático. Como falar de independência quando o eleitor é brutalmente desrespeitado?
Neste cenário, ficará cada vez mais difícil entoarmos o Hino Nacional do Brasil quando meditamos o que diz cada palavra, cada frase, cada estrofe, sem enveredarmos para a indignação. Este é o panorama que nos permite compreender as palavras do Estudante A.P.: “Belo, grande, imenso/Como a natureza belo/ E, singelo e a vida como as águas cristalinas/ Como o riso da criança/ Mas a falta de estudo/ A simplicidade abate/ A criança com os olhos tristes/ E amargura de solidão/ Isto preocupa a sociedade/ Pois sabe que está pode ser um futuro ladrão/ Mas quem não consegue/Trabalhar e precisa roubar/ Para se sustentar/ A vida favorece o roubo e o tráfico/ Porém eu digo: vai levanta a cabeça/ Deixa o passado para trás/ Não se importe com a sociedade/ Que olha o passado para te julgar/ Sem perceber que não teve independência para o povo/ Somente ricos tiveram independência/ Ficamos abismados com a violência que sofre o povo/ A revolta é plantada pelo tapa/ desferido pelo soldado/ A sociedade discrimina o pobre/ Pelos seu modo de se vestir/ E o jeito de falar/ Mas não sabe da capacidade que ele tem/ De se expressar e de mudar.
Em 1822 o Brasil deu o seu grito de “independência ou morte” e este ecoa nos dias atuais carente de concretude. Apesar dos esforços, chegamos à contemporaneidade com um número considerável de cidadãos diminutos. Na era do conhecimento o analfabetismo funcional representa uma contradição. A falta de uma educação sólida faz com que os falsos representantes da população continuem a serem eleitos e reeleitos. É longo o caminho de mobilização capaz de promover a tão almejada revolução social. Infelizmente os analfabetos e os iletrados favorecem o deleite daqueles que buscam enganar o povo a cada pleito eleitoral.

Na Grécia Antiga, o cidadão era livre para participar e decidir os rumos da cidade. O diálogo e o interesse pelos rumos da polis era uma constante. Hoje é emblemática a reflexão sobre a independência, pois a inércia do cidadão favorece o monólogo e a falta de educação viabiliza a manipulação.