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domingo, 30 de março de 2014

O eleitor tem o político que merece?


 

 

Toda análise comprometida e responsável deve ter como finalidade tornar a sociedade melhor. Para tanto, é fundamental a formação de homens e mulheres pautados na ética, na compaixão e na amabilidade.

Os sujeitos são construídos historicamente numa relação dialética ininterrupta. Condicionam e são condicionados pelo ambiente social-econômico-político e cultural onde vivem.

Logo, se coletivamente os cidadãos-eleitores produziram representantes ruins ao votarem erroneamente, então, também é possível acreditarmos no poder democrático que emana do povo enquanto capaz de escolher dignos representantes políticos.

Obviamente existem candidatos que se elegeram enganando o eleitor com a utilização de uma boa oratória. Por outro lado, há inúmeros eleitores que somente votam em candidatos que oferecem cesta-básica, oportunidades de emprego, gasolina, dinheiro e vantagens (sejam elas quais forem). Conclui-se, a partir desta argumentação, que os políticos corruptos proliferam-se uma vez que há eleitores afeitos com a corrupção.

Entretanto, é preciso distinguir os bons dos ruins representantes políticos, isto é, aqueles que votam a favor e os que votam contra os interesses da população. Pois, como bem sabemos, há políticos (senador, deputado, prefeito, vereador etc) que só serão coerentes com sua posição quando pressionado pelos cidadãos.

Importa enfatizar, ainda, que os eleitos por meio da compra de votos (ao utilizar-se do poder econômico) não costumam respeitar os eleitores que facilmente são cooptados. Junto com estes pilantras inconsequentes padecem os eleitores-conscientes e as pessoas de boa vontade.

Em Cascavel-PR, rendeu muito falatório à propina dos R$ 500 mil referente à aprovação da construção das 2.089 casas no loteamento Riviera. É fácil agora - mediante provas - exonerar o “vereador escolhido, bem amado (dileto)”. Difícil é punir os eleitores levianos, os que ainda acreditam em Papai Noel. O bode expiatório foi identificado. Com isso regozijam-se todos aqueles que continuam irrepreensíveis, pelo menos, diante da opinião pública.

Indubitavelmente, os pensadores da atualidade, os cidadãos conscientes, pagam um alto preço por não fazerem nada. A democracia encontra-se a deriva mediante a impunidade na política. O egoísmo, o individualismo aliados a sede de mais poder “corrompe em absoluto” (Lord Acton). E, por sua vez, a corrupção ameaça à vida na terra.

Portanto, o espaço político não é lugar para indivíduos sem personalidade consistente, inocentes, tímidos, que facilmente se deixam manipular.

Ajudemos os fracos, os amantes do poder pelo poder. Iluminemos os ignorantes e perdoemos os errantes depois de ensiná-los com o castigo devido. Afinal, quem ama o seu filho repreende-o.

Que os acontecimentos visualizados na política cascavelense nos ensinem. Ao semearmos cidadania, colheremos uma sociedade cidadã. O tempo é pedagógico. Afastemo-nos dos escombros funestos do poder-indivíduo e construamos o edifício inabalável da democracia calcada nos alicerces da ética e dos bons costumes.

A cada direito corresponde um dever. O direito de expressão é inalienável. O exercício da liberdade é imprescindível. O voto é um direito conquistado com sangue, suor e lágrimas e o seu uso irresponsável causa prejuízo para toda sociedade.