Os trabalhadores
em educação que estiveram na maior marcha em favor da educação na capital do
Estado do Paraná no dia 29 de abril estão de parabéns! De modo especial, todos
aqueles que - oriundos do interior do Estado - viajaram na madrugada. Enfrentaram
o desconforto da viagem de ônibus para fazer a diferença nas avenidas de
Curitiba.
Onde quer que se
encontre, em todo momento, o sujeito ensina e aprende. Logo, a Greve Estadual
da Educação ocorrida entre os dias 23 a 29 de abril de 2014 foi pedagógica e
entrou para a história. Tanto os ausentes quanto os participativos se educam em
comunhão.
Na sequência,
apresentam-se algumas das conquistas a serem efetivadas e que beneficiarão os
engajados, os que se empenharam pela manutenção da greve e os profissionais da
abstenção: 1. Os professores contratados (PSS), por meio da alteração da Lei
103 passarão a ter o direito de receber pela maior titulação (especialização) e
o tempo trabalhado contará para futuros benefícios no Plano de Carreira. 2. Os
atrasados - considerados perdidos, pois o governo pretendia alegar a Lei de
Responsabilidade Fiscal para deixar de saldar a dívida - serão pagos em três
parcelas. 3. Na educação especial, oficialmente instituir-se-á uma comissão
para que a Federação das APAES dialogue com os trabalhadores em educação e
garanta que também nestes espaços se efetive os benefícios conquistados por
toda categoria. 4. A reposição da inflação em 6,5% referente à data base e 3,3%
em Agosto para acertar a questão dos 33,3% da Hora-Atividade, com o compromisso
de distribuir as aulas em 2015 contemplando os 33,3%.
Estes foram
alguns dos avanços nas negociações entre APP Sindicato e Governo Estadual. Foi uma
greve de sete dias forte, unitária, articulada e programada que sacralizou
conquistas para todos. Os interesses da categoria saíram vencedores. Os meios
de comunicação e as redes sociais contribuíram neste processo.
A greve foi
relâmpago e serviu para demonstrar a insatisfação daqueles que cansaram de ver
a valorização da educação apenas nas propagandas. Numa análise ponderada,
pode-se dizer que a greve começou e terminou no momento certo. A insatisfação
irá continuar, pois é salutar que a educação avance para os 50% de
Hora-Atividade; diminuição do número de alunos por turma etc.
Por sua vez, um
período longo de greve conduziria a opiniões do tipo: “A APP Sindicato usa o
movimento para fins políticos”; “Ela não quer negociar com o governo”; e os
prejuízos seriam de todos os profissionais da educação. A greve é um instrumento.
Não é o único. Precisamos urgentemente colocar em prática outras formas de
demonstrar o descontentamento com os governos de plantão: aula na rua; aulas de
trinta minutos, fóruns, simpósios e seminários em defesa da escola pública,
entre outros.
Diz o ditado
popular: “Nem Jesus agradou a todos”, por que teria de ser diferente ao final
da Assembleia Estadual (com aproximadamente 5.000 mil trabalhadores em educação)
que culminou com a suspensão da greve.
As divergências
permanecem, mas a decisão da Assembleia é soberana. Apesar das discordâncias, do
consenso no dissenso, a consciência de que é preciso lutar pelos direitos saiu
fortalecida.
Enfim, a
história nos mostra o que acontece com políticos que desrespeitam a educação. O
preço pago é altíssimo. Isso porque os trabalhadores em educação sabem que
apesar das discordâncias “é a união que faz a força”. A luta continua. Ela
acontece todo dia. Avante educadores!