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sexta-feira, 28 de outubro de 2011

O Sentido da Vida e da Morte e a Felicidade


            De acordo com o filósofo Aristóteles (384-322 a.C.) a finalidade última de todo agir humano é a felicidade. Neste entendimento o pensador grego afirma que todos fogem da dor e buscam a satisfação. Mas, se na aventura do viver todos buscam ser felizes porque há tantos que enveredam para os caminhos tortuosos? Por que tanta tristeza e dor? Várias são as possibilidades explicativas, porém o fato é que todo ser humano só fica com o pior quando este vem revestido como sendo o melhor. É preciso reconhecer que infindáveis são as cortinas de fumaça, as névoas que impedem a visualização do caminho que melhor contribui com a realização da felicidade.  À exemplo, existe uma gama de indivíduos que depositam a felicidade no dinheiro (quando eu tiver o carro dos sonhos), outros tantos no prazer (da vida só levamos o que comemos e bebemos) e há ainda os que tudo fazem para serem honrados, reconhecidos socialmente. Contudo, nenhum destes bens é buscado por eles mesmos e sim na crença de que na posse deles seremos mais felizes. Para o pensador nascido na Macedônia o único meio de atingirmos a felicidade (Sumo Bem) é por meio das ações virtuosas. Ou seja, a virtude não garante a felicidade, entretanto sua falta a impossibilita definitivamente.
Nos dias atuais, pode-se dizer que o retorno aos estudos é uma ação virtuosa e, por conseguinte, enobrecedora. Logicamente, este movimento associa-se ao ensejo de quem deseja apropriar-se do conhecimento em função de aproximar-se da felicidade. Tal disposição, além de outras coisas, revela-se como um sinal de prudência. Por isso e de modo particular, lembramos de todas as pessoas que após um dia de trabalho e tantos outros compromissos, ainda encontram forças para estudarem na Educação de Jovens e Adultos (Eja). São pessoas assim que dão sentido aos escritos de Paulo Freire que diz: “Escola é... gente que trabalha, que estuda, que se alegra, se conhece, se estima”.
Neste mote, constata-se que viver exige grande responsabilidade. Sendo assim, nunca é demais enfatizar e enaltecer os movimentos em favor da cultura da paz e não da guerra, da vida e não da morte. Neste sentido, vale recordar da campanha “Não complica! Duplica!” que luta pela duplicação da BR 277 entre Cascavel e Medianeira. Inúmeras foram às vidas ceifadas prematuramente e isto não tem preço. Estes entraves colaboram com as estatísticas de que no Brasil, diariamente, os acidentes nas estradas matam 35 e ferem 417 pessoas no Brasil. Acrescenta-se a estes números os mortos pelo tabagismo, pelas doenças hereditárias e adquiridas. Nesta esteira, temos os dados dos estudos da Organização Mundial de Saúde (OMS) onde o álcool é responsável por 2,3 milhões de fatalidades anuais, pois ele encontra-se por trás dos acidentes, da violência doméstica, etc.
Indubitavelmente, o poder do amor, da amizade, de um sorriso, de uma lágrima, de um abraço são elementos basilares e que dão significado à vida. Embora a existência de cada ser aconteça inserida nos limites da subjetividade humana, a bem da verdade é que todo indivíduo se constrói na sua relação com o outro. E, apesar de não existir consenso sobre o sentido da vida, o certo é que a reflexão acerca da morte nos conduz a pensar na vida que precisa ser cuidada, valorada, vivida, fruída em toda sua essência. Destarte, o dia de finados é um momento propício para a indagação em torno daquilo que realmente importa neste mundo repleto de limites e possibilidades.


Um comentário:

  1. Estudar ser tornou sinônimo de viver (e até sobreviver) nesta época em que tudo muda rapidamente e o conhecimento novo torna o anterior obsoleto em segundos.

    Cumprimentos a quem retorna aos estudos. É um exercício de sobrevivência e de confiança em si mesmo, em sua família e no progresso da humanidade.

    E parabéns pelo blog, professor!

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