Total de visualizações de página

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

O Poder da Mídia e a Degradação Ambiental e Social




Com a derrocada do modo de viver feudalista a humanidade passou a conviver com as transformações incessantes e alucinantes da corrida em busca de riquezas. Insere-se, neste cenário a extração do pau-brasil que dá início a destruição dos “nossos bosques e dos nossos rios”. Passados cinco séculos percebemos que, apesar de imensos, os recursos florestais brasileiros não são inesgotáveis.
Atualmente são ininterruptas as transformações. Em fração de segundos tudo tende a se tornar obsoleto. O progresso ocupa a centralidade na pauta do dia e segue regras previamente estabelecidas. Para a concretização da sociedade de acordo com os interesses da “mão invisível” do mercado houve a mancomunação com o aparato ideológico que sutilmente colabora com a obstrução da consciência crítica. Com isso, torna o indivíduo vulnerável e apático diante dos disparates que vilipendiam a sustentabilidade do planeta. As pessoas são formatadas segundo os princípios da emoção, do instinto, da leviandade, do descontrole. Trata-se da sensibilidade alienante, pois o emocional aliena quando não se deixa iluminar pela razão.
A hipótese é que este talvez seja um dos motivos das novelas terem tanto espaço de atuação no meio midiático. Ao distorcer com sutileza as informações acerca da realidade confunde, embaralha e seduz o telespectador que passa a buscar o bem-estar afetivo sem importar-se com o sofrimento dos outros e muito menos com a destruição ambiental. Sem dogmatismos, pode-se dizer que toda sociedade é condicionada em maior ou menor intensidade pela cultura da superficialidade, do “querer tirar vantagem em tudo”, da aparência fenomenológica em prejuízo da essência real. Tudo isso incide em todo o tecido social. O véu sentimental que outrora cobria as relações familiares e de amizade são esfacelados perante os interesses econômicos (partilha de bens). Reina soberanamente a agitação, a aflição, a insegurança que conduz os sujeitos sociais a uma corrida frenética em favor do acúmulo material.
Por suposto, interpretar o processo histórico exige a defesa dos bens naturais. Esta luta não pode ser terceirizada na medida em que todos os seres encontram-se inter-relacionados na fruição da vida. Este é um dilema que atinge todas as classes sociais. Ora, se obras públicas permanecem inacabadas - Contorno Oeste, a demora nas reformas de nosso aeroporto, o não asfaltamento das ruas de nossa cidade (Bairro Santa Cruz, Interlagos, Colméia entre outros), a não construção do Hospital Municipal e de escolas - quer legalmente quer pela via da corrupção, então, quem perde como isso? Obviamente, em 2012, volta a retórica envolvente e algumas realizações podem aparecer na forma de “cesta básica” em troca de votos.
Mais que fatos isolados, vale questionar a implantação da cultura do uso privado dos bens públicos ao lado da “devastação voyeurista” dos recursos naturais. A água potável desperdiçada nas residências associada à poluição dos rios pelas grandes empresas comprometem a qualidade e a própria vida. A problemática não se reduz as questões conjunturais, caso fosse assim, algumas reformas resolveriam o impasse. A questão é estrutural e exige soluções que extrapolam o âmbito particular. O modelo político, econômico, social que no momento persiste engendra em seu seio previsões catastróficas caso nada seja feito em prol da sustentabilidade ambiental. É inútil pensar que a terra tal como uma Fênix tem, por si só, o poder de ressurgir das cinzas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário