Total de visualizações de página

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Colégio Pacaembu e o voto aos 16 anos



A priori, numa época em que a democracia tornou-se sinônimo de eleição vê-se o acirramento das desigualdades sociais que ocasiona a maximização da prostituição, da criminalidade e a morte por inanição. Com resignação a “aldeia global” sofre com os reflexos da crise econômica, política e social na Grécia, Portugal e Espanha. Países que jogam na periferia do capitalismo europeu.  Neste mote, questiona-se sobre quais são as atribuições do parlamento perante o saque realizado nos cofres públicos para salvar o sistema financeiro? Perplexos os parlamentares nem são consultados e quando o são, não possuem poder decisório algum. É o rolo compressor da ditadura do capital impondo um Estado Mínimo para as questões sociais e Máximo para a petrificação dos interesses financeiros nacionais e internacionais.
Neste cenário, observa-se que a ideia do senso comum sobre política é muito negativa e isto afasta o “homem de bem” em favor daqueles que fazem da política a arte de administrar a “coisa pública” em função dos interesses particulares. Governos são eleitos sem a maioria dos seus eleitores. Pra piorar o povo não consegue acompanhar as ações dos eleitos. Infere-se, deste modo, que a representação transformou-se num cheque em branco onde a maioria até esquece em quem votou. Com isso, o político por profissão (que mais “acerta na loteria”, “superfatura obras públicas”, tem recursos para promover sua “visibilidade”, “doa cestas básicas”, “fortalece seus cabos eleitorais”) retorna ao poder a cada novo pleito eleitoral com “um pé nas costas”. Destarte, uma análise minuciosa é imprescindível e a escola não pode se furtar no exercício do seu papel. Na verdade, todas as organizações sociais são convidadas a corroborar na construção de uma sociedade onde a vida ocupe a centralidade. Somente assim poderemos fazer frente diante da crescente naturalização da transferência monumental dos recursos públicos para o setor financeiro.
A seguir, no pressuposto de que o campo político é um espaço de limites e possibilidades, se elenca alguma das considerações realizadas por estudantes do colégio Estadual Pacaembu, concernentes ao voto aos dezesseis anos. O debate foi realizado e não existe um consenso absoluto sobre essa temática. Assim sendo, conforme o ponto de vista das discentes Mikaela e Katiane “nesta faixa etária a maioria dos jovens só pensam em coisas fúteis, no modismo, no carro, na roupa, no cabelo, com a aparência. Assim não possuem muita maturidade e responsabilidade”. Por isso, as duas amantes do conhecimento colocam em dúvida (se vai ser bom ou ruim) a antecipação da maioridade eleitoral dos Jovens. Nesta esteira, Pâmela indaga acerca da responsabilidade do jovem votar aos dezesseis anos e, por outro lado, não poder tirar sua carteira de motorista. Segundo ela “o que é mais importante: o direito de dirigir ou o de eleger os representantes que direcionam o futuro do país?” No contraponto, assinalam Alessandra e Tiago que “o voto a partir dos dezesseis anos é justo, pois nesta fase de existência o cidadão já possui participação na comunidade e, por isso, precisa lutar por seus deveres e direitos”.
            Contudo é imprescindível recordar que a sociedade capitalista é eminentemente excludente e a superação de tal realidade é urgente. Neste sentido, o campo da política precisa ser potencializado em função da solidificação de novos caminhos para a humanidade. Nesta luta, o engajamento consciente da juventude é fundamental.

Nenhum comentário:

Postar um comentário