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sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Jomar Vieira Rocha: a educação está de luto!



            Foi com pesar que os cascavelenses, de modo especial os trabalhadores em educação, despediram-se no dia 18 de janeiro de 2012 de Jomar Vieira Rocha. Tanto no velório quanto no sepultamento pode-se ouvir o consenso de que ele foi uma pessoa extraordinária que passou pela vida fazendo o bem. Um incansável combatente em favor das causas sociais. Foi professor/diretor, filho/pai, amigo e conselheiro, um dos pilares da organização sindical etc. Um intelectual perspicaz eternamente disposto em ajudar aqueles que precisassem. Não há palavras capazes de traduzir o que representava este companheiro compromissado com a educação e com a utopia de transformar a sociedade em algo melhor.
            Sabedor de que as relações do Estado com a sociedade organizada passam por muitas mediações onde se entrecruzam interesses divergentes e distintos; consciente de que o Estado não é algo monolítico, pois ele modifica-se pelo desdobramento das contradições e lutas sociais, este homem se colocou bravamente na luta em favor dos trabalhadores e de toda população verticalmente menos favorecida. Quando os problemas apareciam, quando a dúvida insistia em ficar, ele era aquele quem dava o direcionamento do que fazer e de como fazer.
            Conforme o dito por alguma das inúmeras pessoas que estiveram presentes no Cemitério Parque São Luiz: “A educação começou o ano perdendo”. Obviamente é inegável que o quadro daqueles que lutam contra o sistema do capital teve uma baixa. A lacuna deixada por este pensador lúcido, ponderado e destemido irá ecoar no horizonte indefinidamente. O cruzamento das ruas Presidente Kennedy e Castro Alves jamais será o mesmo. Nesta encruzilhada despede-se um jovem com garra e força para lutar. No intuito de prestar as últimas homenagens o Núcleo Regional de Educação, os Colégios Estaduais fecharam suas portas.
Neste momento constrangedor, talvez seja oportuno recordar das palavras do filósofo Aristóteles (384-322 a.C.) que afirmava que a finalidade última de todo ação humana é a felicidade. Pode-se dizer que Jomar - em sua jornada por mais rápida que tenha sido - foi um militante guiado pelo ideal de buscar a unidade na diversidade entre os setores sociais em nome de uma nova sociedade, de um homem novo e de uma nova mulher. A saudade reinará por muito tempo naqueles que ficam e o seu exemplo de vida permanecerá perenemente para iluminar todos aqueles que sonham com a transformação social.
De maneira violenta perdemos um dos expoentes nos embates sociais. Dentre outras coisas mais, Jomar ensinou que o poder do amor, da amizade, de um sorriso, de uma lágrima, de um abraço são elementos basilares e que dão significado à vida. Embora a existência de cada ser aconteça inserida nos limites da subjetividade humana, a bem da verdade é que todo indivíduo se constrói na sua relação com o outro.
Assim sendo, que a reflexão acerca da morte nos conduza a pensar na vida que precisa ser cuidada, valorada na sua totalidade. Que o ideal acalentado por Jomar possa nos iluminar para que não esmoreçamos diante das adversidades. Como dizia o trecho de uma das canções durante a despedida do corpo: “[...] há momentos em que as palavras não resolvem...”. Todavia, e no limite destes escritos, registre-se a mensagem proferida pelo sacerdote que dizia: “todos aqueles que sentem falta de Jomar, que o admiravam, que gostavam dele, procurem abraçar a luta que ele travou em favor dos trabalhadores e da emancipação da sociedade”.

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