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sábado, 4 de fevereiro de 2012

Formação política para uma nova sociedade



Com a complexidade alcançada pela sociedade contemporânea aumenta o grau de exigência na formação de sujeitos capazes de regular e intervir sobre os discursos e as práticas daqueles que foram eleitos para representar os interesses de todos os cidadãos. Obviamente, explicitações da conjuntura política, social, econômica e cultural contribuem com o fortalecimento da consciência coletiva, da práxis transformadora, do compromisso com o bem social em sua totalidade. Caso contrário, a recíproca também é verdadeira e, sendo assim, passa-se a correr o risco da generalização dos efeitos da má administração pública, do eterno retorno dos “chupins da população”.
Neste viés, preocupa a questão de inúmeras pesquisas apontarem para o fato da maioria dos eleitores não saberem em quem votaram nos pleitos eletivos que são encerrados. Decorrente disso há quem afirme que o brasileiro (o cascavelense) não sabe votar. Mas por que isso acontece? O que pode ser feito para transformar tal realidade? A quem interessa a perpetuação da miséria? Quem lucra com a ignorância que conduz o ser pensante a escolher/votar no pior na medida em que este vem revestido como sendo o melhor? Na busca por possíveis respostas a história ilustra caminhos possíveis para que a formação da consciência política possa solidificar-se. Nesta perspectiva, nunca é demais recordar a velha máxima estampada no CTG cascavelense e que tem muito a dizer, afinal, “quem não cultiva a tradição, morre de geração em geração”.
Doravante, se partirmos da premissa que ninguém vota errado pelo simples prazer de proceder desta maneira, então, seremos compelido a inferir que são múltiplas as causas que fazem com que isso ocorra. E, ainda, ao compreendemos que ninguém pode dar o que não tem. Ao percebermos a difícil relação entre capital e trabalho acirrada pelo desemprego estrutural. Ao constatarmos a ação da mídia, sobretudo televisiva e musical, que incentiva a sexualidade, a promiscuidade, o despertar constante das genitálias na tentativa de infantilizar pessoas adultas, logo, poderemos eximir o eleitor (ao menos um pouco) por sua falta de consciência política. O indivíduo (criança, jovem, adulto e da melhor idade) encontra-se vulnerável diante de tantos ataques persuasivos e incisivos veiculados pelos meios de comunicação social. É essencial que toda programação articulada para falsear a consciência dos seres humanos seja eficazmente e sempre desmantelada.
Em meio a tudo isso, a definição e a construção de uma mentalidade coletiva é um processo delicado. Por conseguinte, a formação política de modo sistemático é urgente para se contrapor a cultura do “tanto faz”, do “não dá nada”, da confusão generalizada, da massificação alienante do cidadão. O direito de votar foi conquistado com muito sangue humano, com muita luta e não pode ser banalizado. Neste propósito uma retrospectiva dos principais acontecimentos é crucial para a edificação de novas formas de pensar, que possam dar condições ao indivíduo de adquirir consciência de pertencimento a um determinado grupo social e, assim, reconhecer-se enquanto sujeito da coletividade, da democracia, da transformação.
A formação da consciência, por sua vez, direciona o sujeito numa trilha dinâmica de ação. Uma formação sólida que subsidie decisões e ações em condições de subverter a realidade em curso delineia, de certo modo, o fim ou pelo menos é uma ameaça para todos aqueles que fazem da política o quintal da própria casa.

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