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sexta-feira, 23 de março de 2012

O Ceebja e a filosofia




A premissa que perpassa os escritos subsequentes é a de que nossa sociedade contemporânea revela-se, a cada momento, mais dinâmica e complexa, quando comparada com as outras que a precederam. Percebe-se que, por questões de sobrevivência, os seres humanos buscaram, nos diversos períodos históricos, organizarem-se socialmente. Por este ângulo, o filósofo Aristóteles afirmou que o homem é um animal político e social, pois só na cidade ele pode se realizar (desenvolver suas potencialidades) e ser plenamente humano.
Vexatoriamente, vivemos num sociedade onde temos o aumento da banalização da violência, da fome, da corrupção, da pobreza, dos contratos fraudulentos, do superfaturamento de obras públicas, da criminalidade. A tarefa da filosofia, dentre outras coisas, consiste em tirar o banal da sua condição de banalidade. É a capacidade de indignar-se diante de atrocidades que não podem ser naturalizadas. O exercício filosófico ocorre num determinada realidade social e política. Seu projeto pedagógico vela pelo bem público. Uma de suas finalidades é a superação do senso comum (imediato, acrítico) pela razão filosófica/saber científico (sistemático, crítico, reflexivo). Trata-se da passagem da aparência para a essência, da obscuridade para a luminosidade transparente.
Na atualidade, em Cascavel e no mundo, vivemos a era da informação, que se, por um lado, nos oferecem inúmeras formas de apreensão do real, por outro, devido a seu caráter fragmentário, dificulta a apreensão da totalidade das relações que interagem na sociedade e condicionam a realidade na qual estamos inseridos. Compreende-se, desse modo, a relevância do pensamento crítico para o entendimento do real e para a construção da possibilidade de sua transformação.
Nesta ótica é que a filosofia procura dar a sua contribuição. Na sequência, temos algumas das posições dos estudantes - do Ceebja de Cascavel - acerca da filosofia e sua relevância. De acordo com Liamara Possera e Carlos A. Gehrke, “os estudos filosóficos são importantes, pois eles dizem respeito à nossa própria vida”. Neste sentido, Floriza Silveira e Reinaldo de Oliveira destacam a questão da metodologia como elemento decisivo para todo aquele que almeja atingir resultados mais eficazes em seu agir cotidiano.
Nessa esteira, a partir de seus estudos, Kátia acrescenta: “o conhece-te a ti mesmo socrático, é um grande preceito, amiúde citado em Platão, tem muito a nos ensinar”. Para Carlos A. Ortiz, “a filosofia trata de temas fundamentais para a humanidade, a questão da liberdade, da ética, do respeito ao diferente. Ela é primordial na medida em que valoriza a vida e coloca o homem na centralidade de todo o processo histórico”. De modo análogo as pitonisas da mitologia grega, Claudinéia Pinheiro e Rafaela C. Antunes assinalam que “a razão mais importante do estudo da filosofia, é a questão da nossa existência: porque estamos aqui? Qual o sentido da vida? Por que precisamos uns dos outros? O que fazer para punir políticos corruptos? Enfim, temos várias perguntas sobre a vida”.
Obviamente, cada sujeito percebe a realidade com base na “janela segundo a qual vê o mundo”. Com efeito, os protagonistas históricos são diferentes entre si por questões culturais, econômicas, religiosas, políticas e sociais. Por isso, diversos são os pontos de vista que precisam ser corretamente dimensionados. Para tanto, vale recordar as palavras de Paulo Freire que diz: “Não há saber mais ou saber menos: há saberes diferentes”.

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