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sexta-feira, 23 de março de 2012

O Colégio Itagiba e a cidadania




A cidadania tem uma história que remonta o esplendoroso mundo grego. Apesar da ligação intrínseca desse conceito com a noção da democracia, os registros históricos assinalam que havia uma gama de habitantes da polis grega que não eram detentores de tal privilégio social. A saber, em Atenas era considerado cidadão o homem nascido na cidade, com mais de 18 anos e que cultuava os mesmos deuses. Nessas circunstâncias, as mulheres, escravos, estrangeiros por mais bem sucedidos economicamente que fossem encontravam-se excluídos das decisões que alicerçava toda a cidade-estado grega. Sendo assim, historiadores acordaram em chamar essa cidadania de restrita na medida em que se destinava a uma pequena parcela dos habitantes.
Na contemporaneidade, depois de tantos enfrentamentos entre as diversas classes sociais, a cidadania tornou-se abrangente, concedida a todos. Quanto a isso, propagandas televisivas inexoravelmente divulgam que: “[...] com certidão de nascimento, sou cidadão”. Contudo, o lema da Revolução Francesa de 1789 no que tange a “Liberdade, Igualdade e Fraternidade” na visão de um número considerável de pesquisadores por falta de efetivação. Vive-se, por conseguinte, o paradoxo da cidadania formal onde todos são cidadãos (possuidores de direitos e deveres), porém nem todos conseguem vivenciá-la na prática cotidiana.
Em linhas gerais, pode-se dizer que a cidadania consiste na atuação consciente de sujeitos que sabem lutar por seus direitos e são responsáveis em cumprir seus deveres. Respeitar a diversidade de opiniões, ter disposição para o desafio do debate, desenvolver a capacidade de tolerância é demonstrar maturidade política. Que as observações expostas pelos estudantes do Colégio Estadual Itagiba Fortunato possam colaborar com a cristalização democrática.
            Nesta perspectiva, as alunas do terceiro ano do ensino médio, Eliane B. dos Santos e Andressa da Silva, utilizando-se das fontes historiográficas manifestam certa indignação ao assinalarem que a monarquia foi derrubada em 15 de novembro de 1889, por meio de um golpe de Estado, onde não teve participação popular. Ao realizarem um paralelo destacam: “Parece que nos dias atuais o cidadão continua a não importar-se com a corrupção e os problemas da comunidade. Sem a união de todos os eleitores os políticos nunca irão ter uma atitude ética, coerente, de compromisso”.
            Vale salientar, conforme Bruno Henrique, que “o voto é muito importante porque nossa democracia é pautada na representatividade, portanto, devemos pensar e repensar para votarmos em quem realmente possa fazer boas intervenções em benefício de toda sociedade”. Nessa ótica os estudantes Matheus R. Pereira e Lucas Mezomo enfatizam sobre a necessidade de conhecermos o passado de nossos candidatos e acrescentam: “quando as pessoas votam em branco, elas se colocam numa posição de neutralidade, com isso facilitam a vida dos candidatos corruptos que, por sua vez, já estão acostumados a comprarem sua vaga através dos abomináveis currais eleitorais”.
            Para encerrar este quadro, temos a observação das jovens amantes do conhecimento Isabela Amattei e Larissa A. Oliveira de que “é importante votar, pois você está ajudando a escolher quem vai estar na frente das decisões fundamentais que dizem respeito aos interesses de toda população”.
Deste modo, espera-se que estas explanações possam auxiliar na reflexão e no debate em função da concretização de planos que levem em conta o bem-estar de todo cidadão.

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