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quarta-feira, 23 de maio de 2012

A corrupção e o cidadão em época de eleição




            A cada dia que passa mais sujeitos começam a perceber que toda reclamação desacompanhada da práxis engajada com um projeto de efetivação cidadã, de nada adianta. A lamúria associada com a inércia é um ingrediente perfeito para que valores sociais, éticos e políticos sejam pulverizados pela dinâmica individualista, hedonista do mundo capitalista.
            Bem sabemos que a cultura baseada nas “questões umbilicais” representa uma ameaça para toda sociedade civil organizada. No limite, a revelia do sistema econômico fundado no lucro é uma ameaça ao globo terrestre explorado em suas riquezas naturais diuturnamente. Concomitante, o sujeito do cotidiano convive com a desonestidade de políticos que se utilizam de manobras demoníacas a fim de desviar milhões e milhões de reais. Destarte, burla-se a Constituição de 1988 descaradamente. Medidas provisórias são elaboradas repentinamente e tornam-se perenes. Soma-se a isso, a falta de punição aos vigaristas que ocupam cargos eletivos. Quiçá, isso explique o fato ocorrido recentemente na cidade de Londrina onde vereadores foram presos e aparecem com um sorriso no rosto, de bem com a vida, satisfeitos com suas malvadezas. Talvez estejam convictos que “tudo termina em pizza” e de que o prêmio é um cargo de confiança no âmbito da “politicagem”.
            Certamente, a saída para combatermos a desonestidade que impera entre os políticos passa pela mobilização dos cidadãos pertencentes aos mais diversos grupos sociais. Sem esclarecimento, união e organização da sociedade civil, “politiqueiros” permanecerão acima da lei por meio da manutenção dos curais eleitorais. Com pesar, observa-se que o cidadão beneficiado/alienado/comprado no varejo não consegue perceber as perdas no atacado - em última instância - para todas as categorias sociais.
            Diante disso, é didática a afirmação de que toda corrupção é promíscua, iníqua, ultrajante. Afinal, é necessário reconhecê-la como um empecilho para a efetivação da cidadania para então superá-la. De certa maneira, tais conluios são responsáveis pela aniquilação das oportunidades da nossa juventude em seu direito de educação com qualidade, de realização profissional.
            E, neste panorama, em Cascavel carecemos de um balanço do que foi realizado pela atual administração do município. Pode-se dizer que a população consciente anseia por explicações referentes ao caso dos “kits escolares”, “dos funcionários fantasmas” [...]. Na reta final, deste ano eleitoral, se evidenciam estratégias de cooptação dos eleitores. É o eterno retorno da lógica em busca do voto. Assim, se explicita as concessões salariais aos servidores municipais nos momentos finais da etapa do jogo político. Além disso, à exemplo da gestão anterior, há inúmeras frentes de trabalho: no autódromo, no aeroporto, na edificação de novas escolas e praças. Trabalhadores e máquinas estão dispersos em toda parte do município. Mas, por que essas coisas só acontecem em anos eleitorais? Perde com isso, o agricultor (minoria votante) que precisa utilizar-se dos próprios recursos para reparar os estragos das estradas rurais. Paradoxalmente, numa sociedade fragmentada, são muitos os cidadãos que possuem dificuldades para compreender que o problema do campo é da cidade também.
Finalmente, enfatiza-se o salutar aumento para mais de duzentos mil eleitores na “cidade das cobras”. Esta conquista favorece o debate, que por sua vez, potencializa a democracia e exige transparência para o bom exercício da cidadania.

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