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terça-feira, 3 de julho de 2012

As convenções em Cascavel




Em Cascavel tudo pode acontecer. Partidos adversários na última hora se dão as mãos. Que negócio é esse? Sim, quando a vontade por mais poder surge, sujeitos desconhecidos saem dos trilhos e se unem ao inimigo diante da possibilidade de perderem o trono do rei. Aquilo que parecia certo se perde no ar. A estrada de ferro abate um dos maiores abatedores de ave. O verbo declinar passa a ser uma constante entre os pré-candidatos a prefeito. Uns declinam para perder uma batalha na esperança de não perder a guerra. Outros declinam por razões de foro íntimo. Tem os que declinam por razões de Estado. Há os que declinam porque foram pressionados pelo coronel superior. Existem também os que declinam para manter seus “colaboradores” em cargos comissionados. Enfim, tudo parece se resumir num grande jogo: “quatro votos contra três”, um fato que pode decidir as eleições municipais.
De modo inusitado, candidatos fortíssimos conjugaram o verbo declinar. Fica agora, o desafio para os filiados e simpatizantes, das mais distintas agremiações e ideologias, tentar digerir os conluios que levam a direita para esquerda e a esquerda para o “olho do furacão”. Ouve-se, aos quatro cantos, a indignação de quem vê o PDT, que travou o embate em favor do PT (Dilma) em 2010, unido com o PSDB em apenas dois anos de intervalo eleitoral. Raios! Aonde se encontra a esquerda e a direita na atualidade?
            Tal qual num verso do magnífico poeta Vinícius de Moraes, “de repente, não mais que de repente”, o telefone toca e um novo cenário é instaurado nos “bastidores da política”. Bem vindos às convenções partidárias. Não é por acaso que ela recebe esse nome. Discussões acaloradas, cálculos milimétricos. Tudo para ver o que é mais conveniente. Parece um grande jogo de xadrez, em que a movimentação de uma peça exige que outras decisões sejam tomadas para o sucesso da equipe.
Neste panorama, com um possível segundo turno, espera-se que a disputa pela cadeira de prefeito fique mais transparente e acessível às análises por parte dos eleitores. Virão à tona questões como a destruição das nascentes do Rio Cascavel; a edificação do Hospital Municipal; a falta do asfalto na periferia; a demora de funcionamento do Instituto Federal do Paraná (IFPR); o inacabado Contorno Oeste; a reforma milionária do Aeroporto; os recursos que voltaram para o governo federal por falta de projetos locais.
            Quem acompanhou alguma das convenções partidárias em Cascavel pode perceber que as coisas acontecem ao toque de caixa, por vezes, nos instantes finais da prorrogação. É evidente o entusiasmo, a euforia misturada com a angústia do devir. A felicidade avança por entre dificuldades. Gritos de guerra, torcida, tantas pessoas envolvidas. Uns movidos pelas ideias de construção de uma cidade para todos, outros por interesses particulares e econômicos.
Nesse quadro, temos o eleitor consciente que não vota em quem queima dinheiro público com outdoors para forçar cidadãos desinformados a pensar que “pau é pedra e pedra é pau”. O eleitor reflexivo não se vende para quem, pouco ou quase nada, faz pelos trabalhadores que sustentam o bom andamento do município. Que o digam aqueles que se dedicam à educação, que lidam diretamente com nossas crianças.
            É lógico que o candidato ideal não existe. Porém, o ensejo é para que vença o candidato mais idôneo. Muito mais do que um exímio administrador (em causa própria), Cascavel clama por alguém que seja honesto, incorruptível. Essa é a fé que nos move.

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