Em Cascavel tudo
pode acontecer. Partidos adversários na última hora se dão as mãos. Que negócio
é esse? Sim, quando a vontade por mais poder surge, sujeitos desconhecidos saem
dos trilhos e se unem ao inimigo diante da possibilidade de perderem o trono do rei.
Aquilo que parecia certo se perde no ar. A estrada de ferro abate um dos
maiores abatedores de ave. O verbo declinar passa a ser uma constante entre os
pré-candidatos a prefeito. Uns declinam para perder uma batalha na esperança de
não perder a guerra. Outros declinam por razões de foro íntimo. Tem os que
declinam por razões de Estado. Há os que declinam porque foram pressionados
pelo coronel superior. Existem também os que declinam para manter seus “colaboradores”
em cargos comissionados. Enfim, tudo parece se resumir num grande jogo: “quatro
votos contra três”, um fato que pode decidir as eleições municipais.
De modo inusitado,
candidatos fortíssimos conjugaram o verbo declinar. Fica agora, o desafio para
os filiados e simpatizantes, das mais distintas agremiações e ideologias,
tentar digerir os conluios que levam a direita para esquerda e a esquerda para
o “olho do furacão”. Ouve-se, aos quatro cantos, a indignação de quem vê o PDT,
que travou o embate em favor do PT (Dilma) em 2010, unido com o PSDB em apenas
dois anos de intervalo eleitoral. Raios! Aonde se encontra a esquerda e a
direita na atualidade?
Tal
qual num verso do magnífico poeta Vinícius de Moraes, “de repente, não mais que
de repente”, o telefone toca e um novo cenário é instaurado nos “bastidores da
política”. Bem vindos às convenções partidárias. Não é por acaso que ela recebe
esse nome. Discussões acaloradas, cálculos milimétricos. Tudo para ver o que é
mais conveniente. Parece um grande jogo de xadrez, em que a movimentação de uma
peça exige que outras decisões sejam tomadas para o sucesso da equipe.
Neste panorama,
com um possível segundo turno, espera-se que a disputa pela cadeira de prefeito
fique mais transparente e acessível às análises por parte dos eleitores. Virão
à tona questões como a destruição das nascentes do Rio Cascavel; a edificação do
Hospital Municipal; a falta do asfalto na periferia; a demora de funcionamento
do Instituto Federal do Paraná (IFPR); o inacabado Contorno Oeste; a reforma
milionária do Aeroporto; os recursos que voltaram para o governo federal por
falta de projetos locais.
Quem
acompanhou alguma das convenções partidárias em Cascavel pode perceber que as
coisas acontecem ao toque de caixa, por vezes, nos instantes finais da
prorrogação. É evidente o entusiasmo, a euforia misturada com a angústia do
devir. A felicidade avança por entre dificuldades. Gritos de guerra, torcida,
tantas pessoas envolvidas. Uns movidos pelas ideias de construção de uma cidade
para todos, outros por interesses particulares e econômicos.
Nesse quadro,
temos o eleitor consciente que não vota em quem queima dinheiro público com outdoors para forçar cidadãos
desinformados a pensar que “pau é pedra e pedra é pau”. O eleitor reflexivo não
se vende para quem, pouco ou quase nada, faz pelos trabalhadores que sustentam o bom andamento do município. Que o digam aqueles que se dedicam à
educação, que lidam diretamente com nossas crianças.
É
lógico que o candidato ideal não existe. Porém, o ensejo é para que vença o
candidato mais idôneo. Muito mais do que um exímio administrador (em causa
própria), Cascavel clama por alguém que seja honesto, incorruptível. Essa é a fé
que nos move.
Nenhum comentário:
Postar um comentário