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quinta-feira, 12 de julho de 2012

Saudações ao campeão da Taça Libertadores da América 2012






De origem humilde, à luz do lampião de gás, no dia primeiro de setembro de 1910, treze sujeitos fundaram o Sport Corinthians Paulista. Num intervalo de mais de cem anos de instituição este time ampliou o número de seus fiéis torcedores que, finalmente, conseguiram comemorar nas ruas, nos bares, do Brasil e do mundo, o título tão esperado. O entusiasmo foi tanto que, no desejo de potencializar este instante festivo, alguns excessos aconteceram. Lamentavelmente a “alegria que contagia” se traduziu em episódios repulsivos e aterradores do tipo: “Mecânico que atropela 22 torcedores corintianos não tinha carteira e havia bebido”; “Em Cascavel jovem torcedor corintiano de 19 anos é assassinado em plena Avenida Brasil enquanto comemorava na madrugada de quinta-feira (05/07) a vitória da conquista”.

Observa-se, em decorrência destes fatos, a atualidade da afirmação de Branko Nowackz que diz: “Se o povo lesse sobre política como lê sobre esporte, se escalasse os governantes como sabe escalar times, se brigasse pelos direitos como briga por futebol, a vida no Brasil seria outra, o país seria outro!”. Especificamente, diante desse turbilhão de empolgação pelo futebol e seus desdobramentos, nem sempre positivos, importa indagar sobre o que conduz a população odiar tanto a política e amar tanto o futebol? Como entender isso numa sociedade onde tudo é feito para ser rapidamente consumido? Independente de compactuarmos ou não com a realidade vigente, foi dada a partida. Em breve conheceremos os próximos responsáveis pela administração do dinheiro público. A temporada de caça aos votos está aberta. Novamente “o povo” passa a ter valor e precisa ser “enfeitiçado”.

Em todo Brasil o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contabiliza mais de 200 mil candidatos. Por princípio todo pretendente a um lugar ao sol é obrigado a adequar-se a justiça eleitoral para não tornar-se inelegível. Em Cascavel, por exemplo, está disponível a consulta do patrimônio de cada medalhão que busca conquistar o eleitor. Em 2012, tal qual em 2008, sete são os personagens que disputam o título de prefeito. Porém, agora têm segundo turno e a conjuntura política é singular. Enquanto isso, para a câmara dos vereadores são 21 vagas. Então, dos 379 corredores (se confirmados forem), 358 ficarão de fora, quem sabe com cargos de boa remuneração, “tudo depende”. De qualquer forma, alguns cascavelenses começaram a apostar acerca de quem serão os campeões nas urnas?

Por seu turno, algumas manchetes explicitam a tônica de como o capitalismo se beneficia da panacéia eleitoral: “Pode chegar a 50 milhões de reais o giro de capital das campanhas”; “Quanto cada candidato vai gastar nessas eleições?”; Especulações a parte, tem candidato que de longa data colocou seu arsenal em foco. Por isso, cabe ao comitê de combate à corrupção eleitoral fiscalizar e juntamente com o apoio dos cidadãos de boa vontade, denunciar, eventualmente, os abusos cometidos.

            Em meio a tudo isso, vale enfatizar que num mundo onde o descartável é valorizado e o novo envelhece com rapidez, o viver tornou-se sinônimo de consumo. Sendo assim, o desafio para o Corinthians é evitar o desmanche do time, enquanto para os “novos eleitos” (vitoriosos no pleito eleitoral de 2012) a missão é não deixarem-se contaminar com o vírus do poder que nunca se satisfaz plenamente. Em última análise, os votos são para que ampliemos a coerência democrática. Por meio dela, poderemos ser campeões de fato e de direito.

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