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domingo, 24 de março de 2013

Obrigado mulher!




            O que escrever sobre esse ser contagiado pela magia, que em seu ventre gera outras vidas? Como não se encantar com o dinamismo feminino que transforma as noites sombrias em alento para a alma, pois é luz na caminhada? Quem poderá entender a magia realizada pela mulher que ao vivenciar milhões de sentimentos num só instante é capaz de transmiti-los no doce toque de um olhar? O fato é que o ‘ser mulher’ combina com o maravilhoso mistério do existir.
            Há quem afirme (talvez inspirado em Blaise Pascal de que o coração tem razões que a razão desconhece) que a mulher pensa com o coração, age pela emoção e vence pelo amor. Ainda que o seu amado não perceba os detalhes, a mulher enfeita-se, perfuma ‘o ninho do amor’. Diante da dor, das desventuras é forte o suficiente para oferecer o ombro aos que possuem necessidade de desabafar, de chorar, de consolo.
            Entre as mulheres, observa-se a cobrança que fazem de si na busca pela perfeição e, por outro lado, o esforço para arrumarem desculpas perante os equívocos das pessoas a quem ama. Elas, mesmo conscientes de que os filhos não lhes pertencem, dão-lhe asas, desde pequenos os ensinam a arte de voar, apesar de querer os filhos sempre ao seu entorno como a galinha e seus descendentes.
            Destarte, não é ‘natural’ o trabalho feminino valer menos que o realizado pelo sexo masculino, isto é, por razões inerentes as diferenças biológicas. A discriminação da mulher foi construída nas relações histórico-sociais em que o capitalismo tirou proveito para manter a mulher no âmbito doméstico, no cuidado com os filhos e, também, submetendo-a aos trabalhos de menor qualificação e remuneração.
Por isso, o dia 8 de março foi dedicado em homenagem às mulheres no mundo, que na verdade merecem gratidão e lembranças o ano inteiro. No entanto, esta data é muito mais do que propõe o reducionismo mercadológico. Trata-se de um dia privilegiado para a reflexão que visa à equalização entre o gênero feminino e masculino.
Os anos 70 entraram para a história do Brasil pela organização das mulheres em nome da redemocratização do país e melhoria nas condições de trabalho do povo brasileiro. Na década de 80, as mulheres ampliam sua participação nos sindicatos, nos partidos políticos, nas comunidades no intuito de contraporem-se a discriminação sofrida. Tal militância da feminilidade foi decisiva e influenciou a Constituição Cidadã de 1988 na direção de proposições de políticas públicas capazes de contribuir com a luta de emancipação do gênero feminino. Com organização, as mulheres criaram os Conselhos dos Direitos da Mulher, programas específicos de Saúde Integral e de Prevenção e atendimento às vítimas de Violência Sexual e Doméstica. Conquistaram a aprovação de leis e emendas orçamentárias, dentre as quais, destaca-se: Lei 9.100/95 e 9.504/97 que estabelecem quotas mínimas e máximas por sexo para candidaturas nas eleições proporcionais em cargos eletivos.
Em última análise, a presença da mulher valoriza os ambientes. Ela exercita o cérebro sem esconder o coração. Com seu ser ela impõe respeito, ama a vida em primeiro lugar. Parabéns à todas as mulheres que lutam e labutam - sem perder a ternura - pela igualdade de gênero, por uma nova sociedade.
Feliz o homem, que conseguiu compreender, em algum momento de sua vida, a magnificência de uma mulher. Nesta esteira, é preciso dar os pêsames ao homem que não sabe apreciar o valor de sua mulher, pois a sua miopia abre precedente para que os outros apreciem.

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