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domingo, 24 de março de 2013

Os Jovens, a Quaresma e a Páscoa




Nas igrejas, nas ruas, nas escolas, na sociedade de modo geral, é salutar o consenso de que a Páscoa liga-se à passagem de uma vida para outra vida. A Quaresma é um tempo de oração, de preparação, para quem almeja realizar eficazmente a mudança, a transformação. Os jovens no seu processo de desenvolvimento carecem saber que não caminham sozinhos neste lançar-se rumo ao desconhecido.
Entre os jovens observa-se a energia em ascensão, a vontade de acertar, a curiosidade no olhar, o desejo de viver intensamente em cada momento, como se ele fosse o último. Tudo é vivido com intensidade e, em meio a esse turbilhão transbordante de vida, a decisão é difícil, porém necessária. Quem não decide não se responsabiliza e, assim, corre o risco de permanecer uma criança eterna.
A juventude envolta numa imensidão de possibilidades encontra dificuldades em optar. Na cultura hodierna onde reina o hedonismo, o individualismo; as dúvidas desafiam principalmente aqueles que se encontram na fase da descoberta, dos encantamentos e estranhamentos diante das novidades de um mundo em constante movimento. Na potencialidade do ‘vir a ser’ o jovem faz a experiência de ter de escolher qual porta abrir, que janela utilizar, em qual caminho construir a sua própria história.
A estrada é longa e para não desanimar é preciso ter coragem de sonhar e se alegrar com as coisas simples da vida (o cantar do pássaro, o balanço das árvores, a satisfação de poder respirar, as brincadeiras com os amigos). Os sonhos alimentam a alma daqueles que buscam ser responsáveis no enfrentamento dos obstáculos, dos problemas a serem superados. Quem sabe se alegrar recarrega as energias para superar as nuvens traiçoeiras que em maior ou menor grau atingem todos os seres humanos.
            Apostar nas próprias capacidades, acreditar na vida e suas possibilidades, manter a esperança diante dos imprevistos é condição para quem busca combater o bom combate e guardar a crença na humanidade e seu poder criativo. Filosoficamente toda saída é uma chegada. Todo findar é um começar. Nessa passagem é natural que a juventude questione a relação intrínseca que existe entre o assumir compromissos e o exercício da liberdade.
            O erro (o fracasso) é condição para todos aqueles que ousam arriscar. Não há nada para temer. Thomas Edison realizou mais de mil tentativas antes de descobrir ao certo como inventar a lâmpada elétrica de corrente contínua. Dizia ele, com convicção: “Nossa maior fraqueza está em desistir. O caminho mais certo de vencer é tentar mais uma vez”. Ao aprender com os erros obteve sucesso. Moral da história: é extremamente importante saber o que fazer e o que não fazer.
Quem não busca acertar com medo de errar, esse sim é um fracassado. Neste sentido, é relevante escutar o cantor Renato Russo que diz: “É melhor morrer em pé do que viver de joelhos”. Vale recordar, também, que ‘depois da tempestade vem a bonança’. Dito de outro modo, quando se considera tudo perdido, aparece algo para converter os obstáculos em conquistas.
            Enfim, fica o apelo aos jovens neste período de quaresma, que “é pelo fogo que se experimentam o outro e a prata, e os homens agradáveis a Deus, pelo cadinho da humilhação” (Eclesiástico 2,5). Isto é, a porta que conduz as alegrias passa pelas dificuldades. Logo, quem deseja fazer a experiência da Páscoa precisa estar disposto a viver dignamente a Quaresma. No fim os sonhos se tornam realidade, se ainda não se concretizaram é porque o término não chegou.

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