Toda análise
comprometida e responsável deve ter como finalidade tornar a sociedade melhor. Para
tanto, é fundamental a formação de homens e mulheres pautados na ética, na compaixão
e na amabilidade.
Os sujeitos são
construídos historicamente numa relação dialética ininterrupta. Condicionam e
são condicionados pelo ambiente social-econômico-político e cultural onde
vivem.
Logo, se
coletivamente os cidadãos-eleitores produziram representantes ruins ao votarem erroneamente,
então, também é possível acreditarmos no poder democrático que emana do povo enquanto
capaz de escolher dignos representantes políticos.
Obviamente existem
candidatos que se elegeram enganando o eleitor com a utilização de uma boa
oratória. Por outro lado, há inúmeros eleitores que somente votam em candidatos
que oferecem cesta-básica, oportunidades de emprego, gasolina, dinheiro e
vantagens (sejam elas quais forem). Conclui-se, a partir desta argumentação,
que os políticos corruptos proliferam-se uma vez que há eleitores afeitos com a
corrupção.
Entretanto, é
preciso distinguir os bons dos ruins representantes políticos, isto é, aqueles
que votam a favor e os que votam contra os interesses da população. Pois, como
bem sabemos, há políticos (senador, deputado, prefeito, vereador etc) que só serão
coerentes com sua posição quando pressionado pelos cidadãos.
Importa
enfatizar, ainda, que os eleitos por meio da compra de votos (ao utilizar-se do
poder econômico) não costumam respeitar os eleitores que facilmente são
cooptados. Junto com estes pilantras inconsequentes padecem os eleitores-conscientes
e as pessoas de boa vontade.
Em Cascavel-PR,
rendeu muito falatório à propina dos R$ 500 mil referente à aprovação da
construção das 2.089 casas no loteamento Riviera. É fácil agora - mediante
provas - exonerar o “vereador escolhido, bem amado (dileto)”. Difícil é punir
os eleitores levianos, os que ainda acreditam em Papai Noel. O bode expiatório
foi identificado. Com isso regozijam-se todos aqueles que continuam irrepreensíveis,
pelo menos, diante da opinião pública.
Indubitavelmente,
os pensadores da atualidade, os cidadãos conscientes, pagam um alto preço por
não fazerem nada. A democracia encontra-se a deriva mediante a impunidade na
política. O egoísmo, o individualismo aliados a sede de mais poder “corrompe em
absoluto” (Lord Acton). E, por sua vez, a corrupção ameaça à vida na terra.
Portanto, o
espaço político não é lugar para indivíduos sem personalidade consistente, inocentes,
tímidos, que facilmente se deixam manipular.
Ajudemos os
fracos, os amantes do poder pelo poder. Iluminemos os ignorantes e perdoemos os
errantes depois de ensiná-los com o castigo devido. Afinal, quem ama o seu
filho repreende-o.
Que os
acontecimentos visualizados na política cascavelense nos ensinem. Ao semearmos
cidadania, colheremos uma sociedade cidadã. O tempo é pedagógico. Afastemo-nos
dos escombros funestos do poder-indivíduo e construamos o edifício inabalável
da democracia calcada nos alicerces da ética e dos bons costumes.
A cada direito
corresponde um dever. O direito de expressão é inalienável. O exercício da
liberdade é imprescindível. O voto é um direito conquistado com sangue, suor e
lágrimas e o seu uso irresponsável causa prejuízo para toda sociedade.
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