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quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Dialética em favor da ampliação democrática


            O atual momento histórico, no qual estamos inseridos, nos traz indagações das mais instigantes. Grosso modo, em âmbito mundial temos o avanço da democracia em alguns países do oriente médio e do norte da África em função do interesse dos norte-americanos. Paradoxalmente e em escala local, cidadãos cascavelenses acompanham a problemática concernente ao processo que visa limitar o número de vereadores na Câmara de Cascavel (tese) e, de outro lado, a mobilização daqueles que se empenham em ampliar o número dos legisladores (antítese). A partir destas duas contraposições procura-se encontrar uma possível solução (síntese) que contemple ambas as partes e potencialize a cidadania.
Por via das dúvidas, é preciso considerar que embora a certeza resuma-se numa questão de querer o mesmo não acontece com a verdade. O ensejo é para que tal discussão contribua para que todos consigam perceber as aparências e ilusões que, comumente, tomam o lugar da realidade. Nota-se que todo ser pensante/racional ao se deixar prender por suas percepções (recebidas pelos sentidos), por vezes, acaba por defender uma única verdade possível e passa a agir de modo unilateral. A saída para quem deseja se esquivar destes engodos é o indagar-se constante. Com tal inspiração é essencial, no que tange os rumos da Câmara Legislativa, questionar: Quem são os arautos da defesa da campanha que limita o número de vereadores e com quais interesses fazem essa apologia? Doutro lado, quais são as expectativas dos articuladores em detrimento da ampliação do número de vereadores? Nesse quadro, por que a sociedade civil não se organizar para diminuir os benefícios dos vereadores? Afinal, a grande questão é o que fazer para que o cargo de vereador não se perpetue enquanto profissão/privilégio. Quem sabe, com este novo cenário, tenhamos o retorno dos legítimos representantes de todos os cascavelenses, comprometidos com os interesses públicos.
            O entendimento, por meio da pesquisa, favorece o predomínio da argumentação criteriosa ao invés do “eu acho”, da “opinião irresponsável”, do “ouvi dizer” que somente reforça o senso comum. Por isso, vale recordar dos dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) - no pleito de 2008, - que municípios vizinhos da Capital do Oeste contavam com eleitores, respectivamente: Corbélia (12.319); Guaraniaçu (10.450); Boa Vista da Aparecida (6.340); Catanduvas (7.248). Todas estas cidades elegeram 9 vereadores enquanto Cascavel que já possui mais de cento e noventa mil eleitores ficou restrita a apenas 15. Portanto, se considerarmos a lógica de proporcionalidade entre habitantes e representante públicos, então, poderíamos ter mais de 100 integrantes no legislativo. Sendo assim, é relevante enfatizar incessantemente que o nosso tendão de Aquiles não é a quantidade, mas a qualidade e o custo que nossos vereadores representam para o erário público.
Em síntese, é prudente o repúdio de toda e qualquer posição de cunho elitista e que atente contra a ampliação da participação do cidadão nas questões políticas. A limitação do número de vereadores é um grave engano e fere o acirramento da democracia. O empenho deve concentrar-se no combate ao individualismo exacerbado expresso na corrupção que ameaça a reprodução social. A saber, “noventa por cento dos políticos dão aos 10% restantes uma péssima reputação” (Henry Kissinger). Para acabarmos com isso, sem demagogia, o ideal é voltarmos ao passado e atribuirmos somente uma pequena ajuda de custo para os pretendentes ao cargo de vereador.

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