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sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Cascavel: história, tecnologia e crise



Por meio do trabalho o homem transformou a natureza e, ao mesmo tempo, se modificou. Nas sociedades primitivas tal atividade tinha como escopo a garantia dos meios necessários à sobrevivência (economia de subsistência, pois não visava o lucro). Por conseguinte, a substituição dos machados de pedra por ferramentas de ferro visavam diminuir o tempo de trabalho para terem mais tempo livre para o descanso, diversão e fruição da vida. O trabalho foi potencializado com a utilização de instrumentos. Para se proteger o homem se apropriou das peles dos animais e descobriu o fogo. Aos poucos o hominídeo passou a ocupar o ápice na cadeia alimentar.
No entendimento de que “a gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte” (Titãs), pode-se dizer que foi longa a jornada percorrida pelos seres de pensamento e ação até termos a cristalização da organização social que vive sob a “batuta do capital”. Nesta presenciamos a evolução galopante dos avanços tecnológicos. À guisa de exemplo, quem não se lembra dos entes conhecidos que deixavam o aparelho ligado durante cursos, palestras e reuniões? Tudo para sentir o prazer - entre outras coisas - de atender uma ligação e mostrar o seu poder de consumo para um maior número de cidadãos. A saber, pouco tempo atrás portar um celular (tijolão) na cintura era sinônimo de pertença a um determinado status social.  Nem o mais perspicaz de nossos antepassados, talvez, tenha imaginado as maravilhas da era digital, do iPhone, iPod, tablet etc. E o que dizer do robô-cobra projetado especificamente para ambientes de alta radioatividade encontrado, sobretudo, nas instalações nucleares?
Com espanto e a admiração acompanhamos diuturnamente invenções e descobertas das mais variadas possíveis. No entanto, é estarrecedor verificar a disparidade que impera entre os avanços tecnológicos e a socialização destes recursos. Além disso, as vagas de emprego diminuem drasticamente e estão associadas à ampliação da exploração do mundo do trabalho. Evidencia-se que tudo corrobora para a concentração de riquezas que impede o fortalecimento e expansão do mercado consumidor. Sem ter pessoas capazes de consumir as indústrias param de produzir. Com a massificação do desemprego temos a crise da sociedade fundada no consumo e na tecnocracia subjugada aos valores neoliberais.
Em 2008 experimentamos um novo solavanco na economia capitalista - que ressuscita o fantasma da Grande Depressão dos anos 30 - com reflexos no mundo inteiro e que não foi resolvido. A compreensão da lógica que fundamenta o capitalismo é primordial e a solução para esta problemática pode ser encontrada na história. Apesar de não ser possível a previsão de até quando irá se perpetuar este modo de organização antropofágico, tudo indica que se ele sucumbir por conta própria e não pela organização dos homens não sobrará muita coisa no planeta terra.  
Os limites geográficos foram eliminados de modo que tudo se encontra interligado e, portanto, dificilmente pode ser explicado separadamente. Nunca se falou tanto em crise na Grécia, EUA, Chile. Em Cascavel a resposta almejada para solucionar as falhas deste sistema sócio-metabólico é a maximização das ofertas de emprego, do aumento da participação política (saudações à campanha pelos 200 mil eleitores), dos investimentos sociais, da distribuição de riquezas e da retomada do crescimento econômico de modo sustentável. Afinal e na lógica vigente a estagnação é o mesmo que retrocesso.

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