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quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Gestão democrática e educação




            A educação escolar é relevante, por isso o debate sobre gestão democrática é imprescindível. A prática da gestão escolar deve envolver todos trabalhadores em educação, pais, estudantes, política educacional, especialmente no que tange a questão da democratização. Dentro e fora das escolas precisamos entender um pouco mais sobre as implicações de uma gestão democrática. Esta práxis envolve o conceito rigoroso de democracia, sinônimo de uma convivência autônoma entre sujeitos que num processo dialético aprendem e ensinam concomitantemente e continuamente.
            De acordo com o dicionário Michaelis a palavra gestão vem do latim “gestione” e significa o ato de gerir, administrar negócio próprio ou de outrem. Democracia, por conseguinte, é de origem grega onde “demo” significa povo e “cracia” simboliza governo. Portanto, etimologicamente democracia corresponde ao “governo do povo, com o povo e para o povo”. É salutar, ainda, destacar o enunciado por Vitor Paro que conceitua democracia como mediação para a realização da convivência pacífica e livre entre indivíduos e grupos na sociedade. Nota-se, assim, o sentido amplo e rigoroso do termo, fundamentado numa compreensão do homem histórico que supera o reducionismo da democracia aos ditames do processo eleitoral. 
Neste quadro, o conceito de gestão democrática envolve alguns princípios, dos quais se assinala a transparência (todos precisam ter conhecimento das decisões tomadas pelo gestor); a participação (os envolvidos no cotidiano escolar precisam fazer parte das decisões, dos encaminhamentos que acontecem no interior e fora da escola); a descentralização (elaboração e execução das ações acontece de modo participativo) e a impessoalidade (o gestor administra em benefício do coletivo, sem favorecimentos pessoais, sem tratamentos diferenciados). É fundamental (urgente) que retomemos constantemente o que é gerir algo público.
            Logo, podemos afirmar que ser gestor de uma escola, de uma cidade, de um país exige grande responsabilidade. O exercício desta função para a qual foi eleito deve representar os anseios da maioria. Sendo assim, o diretor da escola para realizar uma gestão democrática precisa respeitar as disposições presentes nos documentos (Projeto Político Pedagógico, o Regimento Escolar e o Plano de Ação) que regem o funcionamento da escola. O diretor tem a obrigação de prover as condições necessárias de participação por meio dos conselhos escolares, de processos eletivos de dirigentes, pois uma gestão democrática implica no envolvimento da coletividade, distanciando-se dos interesses particulares (umbilicais).
É tarefa do diretor/gestor promover a discussão e proposição de ações que viabilizem o processo pedagógico em função da aprendizagem dos estudantes. A prestação de contas, a transparência, a avaliação institucional da escola, do dirigente, dos professores, dos estudantes, da equipe técnica, objetiva a realização da educação com qualidade, capaz de emancipar todos os sujeitos históricos na direção da sociabilidade onde a vida ocupa a centralidade.
            Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da educação (LDB) um dos princípios da educação é a gestão democrática. Este ano teremos eleições para escolher os representantes do APP - Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná e, também, para decidir quem serão os próximos diretores das escolas estaduais. A gestão democrática dá trabalho. Porém, dela depende a construção da sociedade solidária.

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