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sexta-feira, 14 de outubro de 2011

A relevância da Participação Política



            De modo categórico enfatiza-se que a perda do respeito pela vida em função da massificação da sociedade do consumo é um crime que ocorre silenciosamente. O “penso, logo existo” de Descartes foi substituído pelo “consumo, logo, eu sou mais eu”. O viver de aparência, o utilitarismo, a alienação, a ganância, o individualismo exacerbado, são alguns dos elementos que alimentam o vírus da corrupção que angustia e obstaculiza a inserção social de maneira autêntica pelos caminhos da participação política. A superficialidade nas relações sociais é dinamizada pelos relacionamentos pautados em interesses mesquinhos e fugazes.
            A desolação, a confusão, a alienação, a balburdia são alimentadas constantemente pela hipocrisia de quem se deixou levar pelo supérfluo, pela possibilidade de se dar bem utilizando a lei do mínimo esforço. Os políticos por profissão (escorpiões do povo), de modo geral, cumprem muito bem a sua função de tornarem-se cada vez mais mal vistos pelos cidadãos quando rejeitam o projeto Ficha Limpa e legislam em causa própria. Vivemos uma crise axiológica (de valores) na medida em que à defesa do caráter e da honestidade parecem ser expressões ultrapassadas e motivo de vergonha.
Em meio à instauração do caos se compreende as “boas intenções” do Observatório Social de Cascavel que visa reverter o aumento do número de vereadores na cidade. Entretanto, é preciso comunicar que eles gastam cartuchos de modo errado, pois o problema não é o número de vereadores e sim a qualidade e o quanto eles custam ao erário público. Qual o mal que existe na lei que aumenta de 15 para 21 as cadeiras da Câmara Legislativa se isso não vier a onerar o contribuinte? Penso que há outras campanhas a serem feitas na direção de atingirmos resultados mais eficazes e duradouros. Por exemplo, por que não realizar um amplo movimento com o objetivo de discutir uma lei que limite a atuação de um vereador para no máximo dois mandatos? Certamente tal empreendimento será muito mais sensato e proveitoso para todos os cascavelenses. Ser (estar) vereador não deveria ser sinônimo de privilégio para ninguém, mas sinônimo de serviço. O bom líder é aquele que sabe preparar lideranças para substituí-lo.
Observa-se em cada novo pleito eletivo, o desejo das pessoas de verem a moralização da câmara de vereadores e da prefeitura da metrópole do Oeste. No entanto, para que isso ocorra, é imprescindível que a sociedade como um todo se transforme. Afastado dos centros decisórios do poder, o indivíduo comum precisa estar em alerta para no “embalo da moralização” não tornar-se, entre outras coisas, uma presa fácil ao ser utilizado como “boi de piranha”. Ou seja, aquele boi de menor valor (velho/doente) que é atirado no rio infestado de piranhas para que os outros bem mais valiosos não sofram ameaça na travessia. Num sentido análogo, na luta pela sobrevivência temos o empobrecimento do indivíduo que desorientado torna-se um mero coadjuvante na disputa politiqueira. A motivação, na maioria das vezes, são as promessas de favorecimento particular (dinheiro, cargos comissionados) que contribua para a quitação das dívidas e maximização do poder de consumo.
De acordo com este panorama, pode-se dizer que a problemática inerente à participação política engloba uma série de variáveis que precisam ser equalizadas. A importância disso decorre do fato de que o engajamento político, no seu dever ser, encontrar-se ligado à defesa das garantias da liberdade, da democracia e do combate da miséria no mundo.


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