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segunda-feira, 18 de junho de 2012

A educação que humaniza




As observações que seguem, almejam refletir acerca das ligações intrínsecas entre educação, formação da identidade e processo de humanização. Ressalta-se, de antemão, que os estudos e o debate são primordiais, enquanto elementos imprescindíveis para alicerçar a cidadania (formal e material) que é fundamento para a concretização de uma sociedade ordeira e essencialmente democrática.
            Busca-se, dentro do atual contexto barbitúrico, enfatizar que a teoria Histórico-Cultural, também conhecida como sócio interacionista, é uma análise que visa compreender o desenvolvimento das condições psicológicas, tendo como base a teoria do materialismo histórico dialético. Pressupõe-se, por meio das categorias de contradição e totalidade, que é possível desviarmo-nos dos enganos decorrentes das teorias com fundamentação linear e metafísica. Entende-se que essas simplificam a relação existente entre a educação e a humanização, no movimento de construção da identidade do cidadão.
Cabe ao professor apropriar-se da competência técnica e da competência política (Saviani), haja vista que a escola não é uma ilha. Ela relaciona-se de modo imprescindível com a sociedade e o mundo do trabalho. Sendo assim, para contribuir com uma práxis social em favor da emancipação humana o docente necessita de uma formação integral, respeitosa e de totalidade. Cada trabalhador em educação (no seu viver cotidiano e no exercício de sua profissão), transmite além do conhecimento científico os conteúdos éticos, políticos e civis. Mesmo que, por vezes, nem tome consciência desse fato.
            De maneira distinta, a educação humaniza tanto o docente quanto o discente. O ensino e a aprendizagem são basilares para a formação do cidadão livre e responsável. Nesta empreita é oportuno elencar alguma das posições daqueles que resolveram voltar aos bancos escolares, já na idade adulta, após terem tido um acumulo de experiência na “escola da vida”. Coaduna-se, nesta intencionalidade, o que diz Edinéia dos Santos: “Estudar significa querer aprender sempre mais, ter conhecimento, para poder estar em um emprego que conduza a realização pessoal e profissional. Na atualidade, quanto mais conhecimento melhor”.
Exímia e sábia são as palavras da estudante Patrícia Coneppele. Segundo ela a educação é um instrumento que ajuda a pessoa a encontrar-se, a identificar-se, a sonhar: “[...] e que agora passa a ser um impulso para projetos antigos, escolhas perdidas; uma nova oportunidade, uma nova opção de vida; fico feliz de poder estar revivendo e acima de tudo reconquistando tudo isso por meio dos estudos”.
            Feliz esposo, Cleiton Dias, por sua vez, ao falar da educação, filosofa: “Poder estudar de uma forma clara é como uma pessoa cega voltar a ver, é saber o quão grande é o lugar onde ela encontra-se. [...] Vejo que quando estudo, aprendo, quando aprendo, questiono, e quando questiono, cresço, e ao crescer vejo que posso ir mais longe. E, quanto mais me aprofundo no saber, mais percebo o quanto tenho ainda que aprender”. Para finalizar, acrescenta-se a opinião de André Claro de que “a educação aumenta o poder de liberdade de expressão. Deste modo, temos a diminuição dos excluídos da sociedade em geral”.
Generosamente, estes estudantes nos brindam com suas visões acerca da educação/vida. A seu modo, elas são alguns dos inúmeros retratos que evidenciam as interfaces entre educação, identidade e humanização. Nessa dinâmica, professores e estudantes, jovens e adultos, se realizam como sujeitos da própria história.

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