Um
dos problemas mais graves presentes na sociedade são as drogas. Pessoas das
mais diversas categorias sociais encurtaram suas vidas por causa delas. Neste
sentido, por ingerirem uma quantidade superior ao que o organismo pode suportar
(overdose), Raul Seixas e Jimmy Hendrix se despediram de seus fãs.
Sendo assim, encaminhar
para um hospital seres humanos em estado de convulsão (por conta da utilização
indevida destas substâncias) é sinal de solidariedade. Obviamente, o dependente
tem que saber dos riscos que o vício pode acarretar em seu viver, entre seus
familiares e pessoas próximas. Na verdade, os indivíduos que se envolvem e se
tornam dependentes das drogas se fragilizam. Eles se tornam “foras da lei” além
de prejudicarem a própria saúde, suas relações interpessoais e a produtividade
no trabalho. Há ainda o empobrecimento da capacidade de raciocínio do usuário
que se transforma em alvo fácil da violência. Explicita-se, com base nos
apontamentos, que ninguém se torna um “dependente químico” espontaneamente.
Os motivos que
conduzem o indivíduo ao uso das drogas são vários. Por serem diversas as
motivações é um equívoco a redução do consumo destas substâncias que causam
dependência a um único fator. Aliado a isso é conveniente considera que a cada
dia são produzidas drogas novas no intuito de driblar a fiscalização e
conquistar “novos clientes”. O desafio é compreender a problemática das drogas a
partir da totalidade da sociedade capitalista.
Na sociedade do
consumo as drogas lícitas são incentivadas com propagandas sedutoras e podem
ser comercializadas livremente entre pessoas adultas. Para o usuário o consumo
destes produtos não acarreta embaraços com a polícia. Elas estão dentro da lei.
Pelo contrário, as drogas ilícitas são aquelas que infringem a lei. Por se
tratar de uma infração o usuário que porta ou consome é penalizado.
No
que tange aos seus efeitos, as drogas se classificam em: depressoras que atuam
no sistema nervoso e provocam sensação de calma, sonolência, lentidão, porém
alteram o raciocínio, a memória e a percepção da pessoa. Nesse caso temos as
bebidas alcoólicas, os inalantes, os calmantes, a codeína etc. Há as drogas que
são um estimulante para deixar o indivíduo mais ligado, em alerta, atento e com
uma fala mais rápida. Nesse quadro, são citadas as anfetaminas, a cocaína, a
nicotina, a cafeína. Em terceiro apresentam-se as drogas perturbadoras, pois
distorcem e alteram o sistema nervoso central. Imagens e pensamentos do “ser
inteligente” ficam embaralhados. A este grupo pertencem o exctasy, o cogumelo,
o ácido lisérgico (LSD) e a maconha.
Todavia, é
preciso reconhecer que vivemos numa organização social que por si só se encarrega
de produzir seres humanos doentes em nome do lucro voraz. A miséria. O
superfaturamento de obras públicas. A falta de emprego. A corrupção. A fome. A
violência. A concorrência truculenta pelo mercado é uma de droga, pois não é
nada humano empresas contratarem escravos modernos (vendedores) que viajam,
preenchem relatórios na madrugada, se ausentam de seus lares, para depois
escutar: “você não cumpriu as metas e não vai ser contratado”.
O papel da
escola é o de esclarecer e prevenir. No entanto, ela não pode fazer muita coisa
sem os recursos necessários para desempenhar bem a sua tarefa. Em suma, ela nem
pode ficar sozinha nesta luta, pois a droga é uma produção da própria sociedade
e é deplorável ver alguns políticos utilizando-se dela como trampolim
eleitoral.
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