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sábado, 22 de junho de 2013

Pedras pedagógicas



            As pedras, do real ao virtual, literalmente são fontes de inspiração para muitos escritores, cujos impressos influenciaram a nossa sociedade durante séculos. Nas cavernas rupestres (nas pedras) encontramos os primeiros vestígios da humanidade. Com base nas pinturas pictográficas os hominídeos deixaram sua marca, seus registros valiosíssimos para a humanidade.
Contemporaneamente inspirado nas pedras, Carlos Drummond de Andrade escreveu: “No meio do caminho tinha uma pedra/ tinha uma pedra no meio do caminho/ tinha uma pedra/ no meio do caminho tinha uma pedra”. Mas quem são estas pedras? A resposta depende da perspectiva de cada sujeito, da sua posição social, da janela segundo a qual visualiza o mundo.
Assim sendo, cada sujeito interpreta as pedras de um modo diferente. Enquanto uns fazem poesia e crônicas para jornais, outros por andarem distraídos, tropeçam e se machucam. Existem os meninos briguentos que a utilizam como arma. Há agricultores que a utilizam para o descanso. Nas escolas e ruas, crianças usam pedras para pular amarelinha. É bíblica e notória a passagem em que com uma pedrinha encontrada no chão David venceu o poderoso Golias.
No nosso tempo, as pedras continuam a ser o foco de intrincadas discussões. Na rodovia, trajeto entre Medianeira e Matelândia, visualiza-se a centralidade das pedras na duplicação da BR 277. São “pedras” que trabalham e “pedras” que pagam o pedágio que sempre aumenta. Em todo caso, as pedras são o assunto principal: Ora por serem usadas para construir, ora por serem usadas para destruir.
Na capital do oeste, tornou-se famosa a CPI das Pedras. Tudo isso porque pedras foram confiscadas da rodovia federal/BR 163. Cogitou-se que o time que visava “melar tudo” se esforçou para formar uma comissão com integrantes “amigos” e politiqueiros por profissão.
Todavia, o desfecho de tal pedreira foi intrigante: Depois de assumir a determinação e ordenar que trabalhadores laborassem na madrugada com as pedras, o vice-prefeito mudou sua versão e “garantiu que 100% das pedras retiradas fossem levadas ao aeroporto, mas que não autorizou o serviço, que ele teria sido feito sem o consentimento dele”. Com isso, o mistério se alastra no aeroporto. Notificações levantaram suspeitas de que pedras haviam sido desviadas para a construção de asfalto em loteadora particular. Pensaram que tinha de sobra e faltou “pedras/cobertor” para o aeroporto? A questão é: será que um dia os contribuintes cascavelenses saberão a verdade sobre o que acontece com as “pedras da cidade”?
Ressalta-se, acima de tudo, que as pedras são extremamente importantes, um alicerce seguro. Feliz aquele que constrói sua casa sobre as pedras, afinal e de acordo com a Bíblia: “Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as observa, será comparado a um homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha. Desceu a chuva, vieram as correntes, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra aquela casa, e ela não caiu; pois estava edificada sobre a rocha. Mas todo aquele que ouve estas minhas palavras e não as observa, será comparado a um homem néscio, que edificou a sua casa sobre a areia. Desceu a chuva, vieram as torrentes, sopraram os ventos e bateram com ímpeto contra aquela casa, e ela caiu: e foi grande a sua ruína” (Mateus 7, 24-27).

Todas as pedras têm muito a ensinar. É preciso que o ser humano construa mais sobre a pedra e distancie-se da areia da mentira, do vandalismo, da prepotência. Que os erros nos sirvam de lição.

Um comentário:

  1. Muito boa comparação, análise, professor, parabéns,é isso mesmos, as mesmas que constroem, destroem.

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