Total de visualizações de página

sábado, 15 de junho de 2013

Por uma economia solidária



            A partir dos séculos XVI e XVII, ocorreu na Europa a intitulada Revolução Cultural, cujas características principais foram a valorização da razão (do questionamento), a crítica aos privilégios da nobreza e do clero, a defesa da liberdade política e da igualdade de todos perante a lei revolucionou os costumes, o modo do ser humano relacionar-se consigo, com o outro e com a natureza. As relações servis de produção sucumbiram diante das relações capitalistas.
            O espírito iluminista revolucionou a humanidade, pautado na promessa de um mundo melhor para todos. Apostou no sujeito pensante, iluminado pelas “luzes da razão”. Acreditou na busca pela autonomia, no equilíbrio com a natureza enquanto condição de uma vida plena e feliz.
            No entanto e no limiar do século XXI, os seres humanos não estão realizados (na sua maioria); imersos numa vida cerceada pela escuridão da ignorância, da violência, da manipulação midiática, vivenciam “na carne” a exploração do trabalho que desemboca na concentração de renda e, que no limite, acena para as crises cíclicas do sistema capitalista. Enfim, uma nova cultura está por ser instaurada. O individualismo, o querer tirar vantagens em tudo, assinala, em última instância, para a abreviação da experiência humana na terra.
            Das promessas iluministas muitas coisas não aconteceram. E o que vemos na sociedade do capital? Roubos, genocídio, miséria, intolerância, guerras, injustiças sociais. A realidade contraditória impõe a reflexão em torno de novas possibilidades. Neste sentido, a economia solidária apresenta-se como uma possível solução.
De acordo com Elza de Jesus, Juliana de Marchi e Márcia Boeira a economia solidária “é uma forma de produção comunitária que trabalha em prol de todos sem visar lucros; sem se pautar na exploração do trabalhador”. Na perspectiva de Edieni Rodrigues, Marinês Scheiber e Vera de Oliveira a “economia solidária como um processo de trabalho de reaproveitamento da produção, autogestão e valorização da cultura das famílias envolvidas, tendo em vista experiências que estão sendo realizadas”. Numa cultura assim, explicitam Tania Henz, Dilamar Menegazzi e Irene Souza de que na economia solidária “o consumo é responsável e consciente visando à sustentabilidade e produção saudável para a boa qualidade de vida aos consumidores”. Do seu modo,   Neusa Abrozino e Nilva da Silva observam que a “economia solidária preocupa-se com a produção e satisfação das necessidades e os recursos disponíveis, uma realidade presente em diversos espaços sociais”.
            Nesse diapasão, Lia Barbosa, Moisés Sens e Patrícia Defacci consideram que “montar uma cooperativa com este pensamento coletivo, é uma forma de ruptura do pensamento dominante e predominante da atual conjuntura e estrutura social”. Coopera, neste sentido, a percepção de Renata Mouro e Eliane Veron, para quem a economia solidária “vêm de encontro com a práxis educativo-libertadora, e com essa surge múltiplas possibilidades, sendo assim uma dinâmica em construção”.
            Acrescentam, ainda, Cristiane do Prado e Suiany Albiero, que “a economia solidária pode ser considerada importante, pois nasce com o intuito de incluir trabalhadores e trabalhadoras de forma coletiva e não explorada para através do trabalho gerar renda para eles e suas famílias de forma justa e igualitária”.

Em suma, as pessoas carecem de solidariedade na economia, na sociedade, nas relações interpessoais. Um outro mundo é possível.

Nenhum comentário:

Postar um comentário